Recentemente, foi publicado um artigo na revista científica “The Medical Journal of Australia”, cujo principal objectivo era avaliar o modo como os programas televisivos abordam a temática da obesidade. Para além disso pretendeu-se aferir de que forma é que os mesmos apoiam ou opõem esforços no combate à mesma doença.
Para isso, foram avaliados cerca de 50 excertos de noticiários e programas da televisão australiana, que foram mostrados ao público entre Maio e Outubro de 2007. Esta análise foi desenhada de modo a identificar os aspectos da obesidade que mais atraem a atenção dos Media, os grupos populacionais que merecem mais atenção pelos mesmos, as causas e as soluções discutidas e por fim a quem é dada a responsabilidade por este problema.
Os resultados deste estudo são interessantes, na medida em que:
72% dos excertos analisados focam a obesidade como um problema de má nutrição;
66% dos mesmos responsabilizam individualmente o obeso pelo seu problema;
A maioria deles aborda a obesidade na idade adulta (52%);
O tratamento da obesidade que é mostrado passa maioritariamente pelas mudanças da alimentação a nível individual, seguindo-se da prática de exercício físico e por fim pelas intervenções cirúrgicas e médicas.
Deste modo, apesar de serem conhecidos todos os factores que influenciam o aumento de peso, concluiu-se que a televisão tende a mostrar a obesidade como sendo um problema individual, com soluções igualmente individuais, maioritariamente centradas em alterações dos hábitos alimentares. Para além disso, fica bem claro que os Media enfatizam o poder que a responsabilidade pessoal e a alimentação têm para reduzir os níveis de obesidade, em detrimento de possíveis alterações sociais, políticas ou outras (indústrias, escolas…) que poderiam ser realizadas junto dos diferentes grupos populacionais.
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